Para um profissional de tecnologia, “apenas fazer o trabalho” não é mais suficiente. O mercado muda rápido, as ferramentas evoluem todos os dias e as expectativas sobre quem ocupa posições técnicas também. Nesse cenário, a estagnação se tornou o maior risco, especialmente para quem busca crescimento, relevância e oportunidades globais.
Ter clareza sobre o plano de carreira é o caminho para escolher o melhor ambiente para trabalhar, investir nas competências certas e alinhar suas ambições às oportunidades oferecidas pela empresa.
Nos últimos anos, o mercado de trabalho tem revelado um movimento entre profissionais que se sentem desmotivados ou desconectados do próprio propósito.
Expressões como quiet quitting, boreout, rage applying e quiet cracking ganharam força justamente porque refletem uma realidade: cada vez mais pessoas estão perdendo o senso de direção dentro das empresas.
Esses fenômenos têm algo em comum: a falta de clareza sobre o que realmente motiva cada profissional e qual caminho faz sentido seguir.
Entender sobre planos de carreira é, portanto, uma forma de reconectar o propósito com a ação, transformando o trabalho em um espaço de aprendizado e crescimento — e não apenas de rotina.
Quando você entende seu plano de carreira, passa a tomar decisões mais direcionadas.
Sabe quais competências técnicas (hard skills) precisa desenvolver, que competências comportamentais (soft skills) merecem mais atenção e quais projetos ou ofertas de trabalho estão alinhados aos seus objetivos de longo prazo.
Essa consciência também impacta como você se posiciona no mercado. Profissionais que não vivem de “job-hopping”, mas sim de crescimento consistente, chamam a atenção dos recrutadores.
Eles demonstram foco, propósito e a capacidade de construir valor ao longo do tempo — algo muito valorizado, especialmente em processos seletivos internacionais.
Na trajetória de um profissional global, há múltiplos caminhos possíveis.
A seguir, vamos explorar os tipos de planos de carreira mais comuns. A partir desse conhecimento, você tem mais repertório para planejar sua trajetória de crescimento de acordo com o que cada empresa oferece.
A carreira em Y é um modelo que reconhece dois caminhos igualmente valorizados dentro da empresa: um voltado à gestão de pessoas e liderança de times, e outro à especialização técnica e inovação. O modelo equivalente nos EUA seria Dual Career Path.
Esse tipo de plano de carreira é muito comum em empresas de tecnologia maduras, que valorizam tanto a excelência técnica quanto a capacidade de liderar. É o modelo adotado por grandes players globais, como Google, Meta e empresas de produto com times sêniores bem estruturados.
Ponto positivo
Permite que o profissional continue crescendo em termos de reconhecimento, impacto e remuneração sem precisar abrir mão do que mais gosta de fazer.
Seja codar, liderar pessoas ou inovar tecnicamente, há espaço para avançar.
Ponto de atenção
Esse modelo exige autoconhecimento e clareza de propósito.
Muitos profissionais acabam migrando para a gestão por achar que é o “passo natural”, quando, na verdade, poderiam ter um impacto muito maior como especialistas.
Trata-se de uma evolução da carreira em Y. Ela reconhece que, na prática, muitos profissionais transitam entre os dois lados do “Y” — alternando momentos de gestão de pessoas, liderança técnica e execução estratégica.
Não existe um termo específico nos EUA para esse modelo, mas a combinação entre as chamadas skills híbridas já é uma realidade.
Esse perfil contempla profissionais que têm atuação híbrida, capazes de equilibrar visão de negócio e profundidade técnica.
Na carreira em W, o profissional pode, por exemplo, liderar times durante um período, depois retornar a um papel mais técnico e, em seguida, assumir uma função de gestão de projetos ou de produto.
Esse modelo é mais comum em empresas dinâmicas, como startups em escala, empresas de produto digital ou organizações em fase de transformação tecnológica.
Ponto positivo
A carreira em W amplia o repertório e fortalece a visão sistêmica. Profissionais que entendem tanto de suas respectivas áreas técnicas quanto de negócio são altamente valorizados.
Ponto de atenção
O desafio está em manter foco e consistência. Alternar papéis exige resiliência e uma gestão clara de prioridades.
Nesse tipo de plano, o avanço é medido pelo nível de contribuição, autonomia e especialização, e não por cargos gerenciais.
É uma estrutura muito comum em empresas com cultura ágil, times autônomos ou organizações com estruturas mais planas, como startups e empresas de produto digital que valorizam a colaboração e o aprendizado contínuo. Nos EUA, esse modelo é conhecido como Lateral Career Move.
Na prática: em vez de subir degraus de cargo, o profissional expande sua atuação lateralmente, assumindo responsabilidades que aumentam seu impacto mesmo que o título permaneça o mesmo.
Por exemplo, um Product Manager pode passar a liderar iniciativas interdisciplinares, participar da definição de métricas de negócio ou atuar mais próximo da engenharia e do design. Em um plano de carreira vertical, esse mesmo profissional poderia seguir para cargos como Group Product Manager ou Head de Produto, com foco maior em liderança de times e gestão estratégica.
Ponto positivo
Permite que o profissional cresça sem precisar migrar para a gestão, mantendo-se próximo da operação e da inovação técnica.
Ponto de atenção
Garantir visibilidade e reconhecimento. Em empresas com pouca maturidade de gestão de carreira, é comum que a progressão horizontal seja mal interpretada como “falta de crescimento”.
Por isso, é importante alinhar expectativas com a liderança e documentar resultados de forma clara dentro do plano de desenvolvimento individual (PDI).
A carreira vertical é o modelo mais tradicional — aquele em que o crescimento acontece de forma hierárquica, com promoções baseadas em cargos e níveis de senioridade.
O profissional sobe degrau por degrau, assumindo posições com maior responsabilidade, autonomia e impacto organizacional. O equivalente nos EUA é conhecido como Career Ladder.
Esse tipo de plano é bastante comum em empresas de grande porte ou organizações mais estruturadas, que têm trilhas de progressão bem definidas e políticas de promoção claras — como Júnior → Pleno → Sênior → Líder → Gerente → Diretor.
Ponto positivo
Estabilidade e previsibilidade. O profissional tem clareza sobre o caminho a seguir, os critérios para crescer e as competências esperadas em cada etapa.
É um modelo especialmente valorizado por quem busca reconhecimento formal, status hierárquico e segurança em longo prazo.
Ponto de atenção
Em contrapartida, esse modelo pode limitar a flexibilidade e a experimentação.
Em ambientes muito hierarquizados, a inovação tende a ser mais lenta, e o crescimento pode depender de fatores externos — como a abertura de vagas ou mudanças organizacionais.
A carreira em rede representa uma forma contemporânea e cada vez mais comum de crescimento profissional. Nos EUA, o termo usado é Portfolio Career.
Nesse modelo, o desenvolvimento não se limita a uma única empresa ou estrutura hierárquica. O profissional constrói conexões e experiências em diferentes contextos, acumulando conhecimento por meio de projetos, comunidades, mentorias, freelas, contribuições open source e parcerias com times de outros países.
A carreira em rede é típica de profissionais autogerenciáveis, que enxergam o aprendizado como algo contínuo e sabem que o valor da carreira está no repertório e nas relações que constroem.
Ponto positivo
A carreira em rede amplia a autonomia e as oportunidades. O profissional se torna protagonista da própria trajetória, podendo escolher projetos alinhados aos seus valores e metas.
Além disso, essa abordagem fortalece a empregabilidade internacional, já que cria visibilidade global e um portfólio que transcende fronteiras.
Ponto de atenção
O maior desafio está na gestão da consistência.
Com múltiplas frentes e conexões, é preciso definir prioridades claras e manter coerência entre os projetos que você aceita e o posicionamento profissional que deseja consolidar.
Entender os tipos de planos de carreira é apenas o primeiro passo.
O verdadeiro diferencial está em criar e gerenciar o seu próprio plano de forma ativa, com base em autoconhecimento, clareza de objetivos e consciência sobre as oportunidades disponíveis no mercado — especialmente no contexto global.
A seguir, estão as quatro etapas que ajudam a transformar intenção em estratégia:
Antes de pensar no próximo passo, é essencial entender o ponto de partida. Isso significa avaliar suas habilidades atuais, resultados obtidos e o quanto elas estão alinhadas às competências mais valorizadas no mercado internacional.
Um bom plano de carreira tem direção. Estabelecer metas de curto, médio e longo prazo é o que transforma aspirações em ações concretas.
Depois de entender onde está e para onde quer ir, é hora de identificar os gaps — as lacunas entre as habilidades atuais e as exigidas pelo mercado ou pela posição desejada.
Transformar essas lacunas em um plano de desenvolvimento individual é o que torna o plano de carreira realmente acionável. O PDI ajuda a traduzir metas em iniciativas práticas, como cursos, certificações, mentorias ou experiências em projetos que aproximem você do próximo nível.
Fazer uma revisão periódica (idealmente, trimestral) permite ajustar rotas conforme o mercado muda e novas oportunidades surgem.
O feedback direcionado é uma ferramenta poderosa nesse processo. Conversas abertas com líderes, mentores ou recrutadores ajudam a enxergar pontos cegos e calibrar expectativas.
Nosso destaque na Strider, por exemplo, são as mock interviews: além de simular entrevistas reais, elas oferecem feedback individualizado, preparando o candidato para o salto internacional com base em competências técnicas e comportamentais exigidas por empresas dos EUA.
Investir no plano de carreira certo para seus objetivos profissionais orienta suas decisões, ajuda a reconhecer o momento de mudar de rota e garante que cada passo tenha um propósito.
A clareza sobre o que te motiva você e quais fatores sustentam seu crescimento permite identificar empresas que compartilham dos mesmos valores e objetivos, e dizer “sim” apenas às oportunidades que realmente fazem sentido.
Se você está pronto para dar o próximo passo na sua trajetória e quer acessar vagas remotas com empresas dos Estados Unidos, comece agora!