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Desenvolvedor sênior: o que realmente diferencia cada nível?

Strider Staff 13 de Novembro de 2024
Senior software engineer

Em quanto tempo um profissional de desenvolvimento pode se considerar sênior? Essa condição de senioridade depende do tempo de formação e atuação no mercado? Do ponto de vista técnico, o que diferencia um programador sênior dos seus colegas de nível júnior e pleno?

Neste artigo, mostramos quais são as características esperadas de um desenvolvedor sênior. Um breve disclaimer: espera-se bem mais desse profissional do que "somente" um código muito bem escrito.

A trilha até a carreira de desenvolvedor sênior

O profissional sênior é construído com o tempo. Não é determinado somente pelo seu conhecimento técnico, mas também pela sua habilidade de ser um mentor competente, ter um bom entendimento geral do negócio da empresa e conseguir defender o ciclo de desenvolvimento executado pela equipe que integra.

Esse processo leva anos, muito estudo, participação em projetos diversos, conhecimento de metodologias, fluência em stacks de desenvolvimento e no ciclo de desenvolvimento.

Naturalmente, antes de chegar ao nível sênior, o programador precisa passar pelas outras etapas.

Vamos investigar quais características identificam os desenvolvedores nesses níveis anteriores, e traçar melhor o percurso até se tornar sênior.

O que é esperado de um desenvolvedor júnior?

Em linhas gerais, este profissional tem pouco tempo de formação e experiência oficial no mercado. Interagiu com poucos tipos de projetos e ainda não tem muita fluência em diferentes tipos de códigos e escrita.

Para crescer na carreira, o desenvolvedor júnior precisa aproveitar oportunidades de aprendizado e tirar o máximo de proveito das lições dadas pelos seus mentores.

Curiosidade: Para vagas internacionais, recomendamos não colocar o título de “Junior”, porque é uma categoria que poucos utilizam nos Estados Unidos e não possui o mesmo significado que no Brasil.

Caso seu título seja Desenvolvedor Junior, é recomendável que traduza apenas para Software Engineer (não Junior Software Engineer ou Jr. Software Engineer).

Tempo de experiência

Abrange os recém-formados, que tiveram algumas experiências de estágio ou trainee durante a faculdade, até aqueles profissionais que atuam oficialmente no mercado de trabalho por 3 a 4 anos.

Executa tarefas menos complexas ou menos críticas

Muitas vezes, a partir da demanda feita por outros desenvolvedores com mais experiência. O programador júnior recebe e executa demandas solicitadas por seus mentores, atuando de forma menos proativa – pelo menos por um tempo. 

Está lá para aprender e absorver

É um profissional em formação e desenvolvimento iniciais. Por isso, provavelmente vai acompanhar de perto o trabalho de colegas plenos e sêniores. 

Deve ser tratado com respeito e paciência, já que todo mundo que é sênior foi, um dia, um júnior.

Não trabalha de forma autônoma

Precisa de supervisão para garantir que seu trabalho está tecnicamente correto. Não tem tanto relacionamento com outras partes envolvidas sem esse acompanhamento próximo de um mentor.

Conhece poucas linguagens

Ainda não domina tantas, então não tem um leque amplo de opções para recorrer e aplicar no projeto. Entender as diferenças entre linguagens e a aplicação de cada uma delas é um processo essencial para programadores júniores.

A transição para desenvolvedor pleno

Nesta etapa, o profissional pleno tem mais familiaridade com diferentes tipos de projetos e mais qualidade na escrita do código.

Sente-se confiante para trabalhar com mais autonomia, mas ainda precisa de certa dose de supervisão.

Curiosidade: para vagas internacionais, recomendamos não colocar o título de “Pleno”, porque é uma categoria que poucos utilizam nos Estados Unidos e não compreendem o que significa no currículo de um candidato.

Caso seu título seja Desenvolvedor Full-Stack Pleno, é recomendável que traduza apenas para Full-Stack Software Engineer (não Plain Full-Stack Software Engineer ou Mid Full-Stack Software Engineer).

Tempo de experiência

Tem pelo menos 4 a 5 anos de experiência formal no mercado de trabalho.

Mais conhecimento

O vocabulário técnico é mais extenso do que em comparação com um júnior. Espera-se que um profissional pleno saiba melhor a aplicabilidade de mais instrumentos, e possa tomar frente disso sem tanta supervisão.

Porém, seu trabalho ainda precisa ser supervisionado por um colega com mais experiência.

Códigos acessíveis

Tem clareza na escrita e o código é legível para outros desenvolvedores. Não só encontra bugs, mas propõe e executa planos de ação para correção.

Diversidade de projetos

Já participou de mais projetos e adquiriu mais bagagem. Tem condições de opinar e operar em cima de praticamente todos os estágios do ciclo de vida de desenvolvimento de sistemas.

Mais autonomia

Como vemos, o desenvolvedor pleno consegue trabalhar de forma mais independente, mas não completamente. Não é sensato confiar todas as etapas de um ciclo de desenvolvimento a um profissional com essa senioridade.

O dev pleno ainda precisa ter um mentor ou pessoa de referência no time a quem recorrer em caso de dúvidas.

No entanto, esse profissional pleno requer menos iterações na revisão de código, sabe identificar e resolver falhas, e pode ser mais "solto", de certa forma.

O que diferencia um desenvolvedor sênior?

senior remote developer

Quando chega ao nível sênior, o programador é uma referência em termos de qualidade – tanto de escrita de código quanto na gestão do projeto e relacionamento com o cliente.

Tempo de experiência

Espera-se que um desenvolvedor sênior tenha, pelo menos, 7 anos atuando profissionalmente.

Trabalho não supervisionado

O trabalho é totalmente autônomo, ou prestando contas somente a uma referência técnica superior – como um CTO ou um especialista envolvido no projeto.

Competência técnica

A qualidade do código é prioridade aqui. É um código legível, claro e acessível.

O profissional sênior é aquele que faz as iterações de código para seus colegas plenos e júnior, ajudando a desenvolver suas habilidades técnicas e criar repositório técnico.

Nível de complexidade

A evolução aqui segue mais ou menos esta linha: os desenvolvedores júnior atuam resolvendo pequenos bugs. Os plenos conseguem atuar em mais etapas do ciclo de desenvolvimento. 

Por sua vez, os desenvolvedores sênior podem ser acionados para problemas complexos porque têm repertório suficiente para saber aplicar na solução.

Comunicação apurada

Não apenas no código escrito, mas no trato direto com o cliente – verbal e por texto. Além disso, saber ouvir é fundamental. 

O desenvolvedor sênior sabe defender a execução das tarefas, os instrumentos usados e a definição de cada prazo instaurado de forma respeitosa. 

Com isso, defende o trabalho do time de desenvolvimento visando a qualidade da entrega final, e não somente por se ater a um processo ou metodologia de trabalho.

Postura diante de cobranças

Diante de uma cobrança de um cliente ou colega de product management, por exemplo, um programador júnior poderia argumentar a lógica das entregas focando somente no operacional, não tanto em como o cliente final pode ser afetado.

Além disso, o júnior pode se sentir pressionado pelas cobranças do cliente e ter a tendência de executar o que foi pedido sem grandes argumentações.

O profissional sênior defende todo o trabalho e calendário do time, e também lembra o cliente do compromisso dessas partes em relação ao que foi acordado no início do projeto, mostrando que alterações não planejadas podem gerar retrabalho e comprometer a entrega final.

Exemplo para seus pares

Essa pessoa provavelmente é uma referência técnica no time, e também é alguém para quem outros desenvolvedores do time pedem conselhos – tanto sobre como resolver uma pendência envolvendo o código ou aplicações, quanto também para se comunicar com stakeholders envolvidos no projeto.

Como alcançar o nível sênior: habilidades e estratégias

Como vemos, o desenvolvedor sênior tem alto nível de qualidade no seu trabalho. Sabe contornar situações difíceis, aconselhar seus colegas e defender o ciclo de desenvolvimento sem comprometer o andamento do projeto.

Veremos, agora, como algumas dessas características são cultivadas e desenvolvidas.

Vale ressaltar que o tempo total de experiência e o título atual não são fatores decisivos para avaliar a senioridade. Um profissional que trabalhou 3 anos no Google e agora está trabalhando em uma startup YC há um ano provavelmente será considerado mais experiente do que um profissional que trabalha há 6 anos em empresas pequenas ou de baixo impacto.

Por isso, é importante considerar diferentes aspectos ao avaliar um perfil ou até aceitar uma nova vaga.

Aprender a dizer não

Um profissional sênior consegue entender o início, meio e fim do projeto. Tem visão de longo alcance e entende as etapas necessárias para chegar ao entregável final.

O processo de entrega pode envolver muitos stakeholders, inclusive o próprio cliente final. Ele pode acabar trazendo novas perspectivas e pedidos que podem mudar a linha do tempo que será seguida pelo time de desenvolvimento.

Um programador sênior sabe quando e como negar pedidos que podem comprometer o andamento do projeto, mas também enxerga possibilidades que melhorem o entregável final, ou guardar esses pedidos para um próximo ciclo de atualização do produto.

Trabalhar com autonomia

Um profissional sênior não precisa de tanta supervisão. Por ter visão clara do entregável final do projeto, ele sabe entender as etapas técnicas necessárias para chegar até esse ponto, ele vai cumprindo cada uma delas, e aciona as pessoas responsáveis por resolver gargalos ou pendências.

Esse profissional possivelmente trabalha com uma metodologia de gestão de projeto e equipes, como o SCRUM, e isso também é muito válido para que os desenvolvedores cumpram prazos e não pulem nenhuma etapa de desenvolvimento.

Entender o projeto de ponta a ponta

Desde o modelo de arquitetura adequado, à linguagem utilizada, aplicar testes para buscar vulnerabilidades e corrigir bugs: o profissional sênior tem um entendimento completo de cada etapa, a respectiva necessidade de correção, e sabe conectar isso tudo à expectativa final do cliente – que foi alinhada no início do trabalho.

Conhecimento e qualidade técnica

Além da fluência em diferentes linguagens, o profissional entende como alcançar um processo de qualificação adequado.

Isso envolve estudar certificações de programação para aumentar seu repertório técnico, ou até indicar esses cursos para colegas de senioridade júnior ou pleno.

Concisão e clareza na escrita do código

O código escrito por um desenvolvedor sênior provavelmente nem passa por iterações para revisão, e é facilmente compreendido por outros programadores. Esse código precisa ser claro, contemplando requisitos funcionais e não funcionais.

Isso é especialmente importante quando outros desenvolvedores trabalham no mesmo ecossistema que abriga esse código e podem precisar interagir com ele.

Um código bem escrito é fácil de entender, interagir e dar continuidade.

Comunicação com todas as partes envolvidas no projeto

Não adianta saber escrever bem o código, mas não ser capaz de entrar em uma reunião, argumentar dificuldades técnicas com outros devs, não ter capacidade de ouvir o cliente e direcionar as críticas ou requisições para uma mudança no produto.

O desenvolvedor sênior apresenta também uma postura madura e boa capacidade de se comunicar. 

Especialização e conhecimento de aplicação

Não significa dominar todas as linguagens de programação. É ótimo que um desenvolvedor sênior seja especialista em algumas delas, mas que, pelo menos, tenha conhecimento das opções possíveis para, a partir disso, direcionar o projeto para a mais adequada para cumprir os requisitos necessários.

Desenvolvedores sênior têm mais oportunidade de trabalho?

É normal que o mercado de trabalho passe por flutuações, e a demanda por profissionais de tecnologia mude com o tempo.

No entanto, desenvolvedores sênior que tenham um bom desempenho em todas essas características citadas agregam muito aos times e, por isso, acabam tendo acesso a mais oportunidades de trabalho.

Outro elemento que fortalece o currículo de um programador é a fluência em outro idioma, especialmente o inglês. Com esse adicional no CV, o leque de oportunidades de trabalho para desenvolvedores sênior aumenta, já que ele tem a possibilidade de contribuir com mais empresas e fazer parte de times espalhados pelo mundo.

Para conhecer quais são as possibilidades de carreira para desenvolvedores sêniores, continue a leitura no nosso blog e acesse o artigo sobre como trabalhar para empresas estrangeiras no Brasil.

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